Radio Cultura Nordestina

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Com a vossa permissão
Vou lhes falar um bocado
De um povo enamorado
Que enche meu coração
Quase que em erupção
Esgotado em alegria
Tudo vira uma poesia
Numa grande sutileza
A quem chame de princesa
Canto imortal da poesia.


Galdêncio Neto

domingo, 26 de dezembro de 2010

Tua vida é minha vida
(Poema dedicado a minha Mãe
Maria Luzinete)






Tão cedo chegou
O destino abandonou
Logo nasce uma heroína
Em relato teu sofrimento
Pois sei que tua luta
Começou ainda menina
Menina virou mulher
Com força pra vencer
Nunca soube aonde chegar
Mais com ânsia de aprender
Hoje longe de um passado
Que não teve despedida
O destino veio atrás
Mas uma vez marcou sua vida
Sei que sou bom poeta
E de forma indiscreta
E um pouco atrevida
Só quero te dizer
Que tua vida é minha vida.


Galdêncio Neto

Sextilhas

Quer entender a saudade
Pegue dum poeta a caneta
Pode ser de qualquer cor
Vermelha, azul ou a preta
O segredo estar guardado
No canto que guarda a letra

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Sou eu do sino o badalo
Do palhaço a alegria
Da vida eu sou a vitória
E do poeta a poesia
Do amor eu sou o encontro,
O surgimento, eu sou a cria

Galdencio Neto

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Coisas que é só coração

Coisas que é só coração
Que num consigo explicar

Minha poesia é viver,
Minha expressão é contida,
Muitas das vezes banida
Mas é querendo fazer.
Vivo aprendendo aprender
Na arte a vida expressar;
Vida em que quero mostrar
Toda essa minha emoção:
Coisas que é só coração,
Que num consigo explicar.

Nunca estudei num rabisco,
Mas comecei praticar.
Mesmo sem metrificar,
Também escrevo e belisco,
Sabendo o monte de risco
Que vou co’a arte encontrar.
Tentando, tento rimar
Com versos e entonação,
Coisas que é só coração,
Que num consigo explicar.

São coisas que eu absorvo,
Tendo a vida a me ensinar,
Pra depois compartilhar,
Fazendo o novo mais novo,
Mostrando o verso do povo,
Mesmo sem saber rimar,
Que a poesia tem lugar
Dentro de cada torrão,
Coisas que é só coração,
Que num consigo explicar.

Galdêncio Neto

domingo, 19 de dezembro de 2010

Morena tu foste um sonho


Morena tu foste um sonho
Hoje tu és realidade




Morena tu foste um sonho
Hoje tu és realidade
Porem da uma saudade
Daqueles tempos de outrora
Eu juro por nossa senhora
Se eu soubesse que era assim
Pense numa coisa que é ruim
É viver com essa misera
“mulé” ruim da besta fera
Parece praga de mãe
A triste num toma um “bãe”
Nem se quer escova os dentes
Essa mazela é doente
Toda hora desfalece
Tudo que diz ela esquece
Num lembra nem do marido
Eu que fico aqui fudido
Num Tum, Tum, Tum de pilão
Esperando o dia inteiro
Feito colher de pedreiro
Querendo me acabar na mão
Se um dia eu escutasse
As coisas que mãe dizia
Pra num juntar com essa cria
Hoje eu era feliz
Mas eu de besta num quis
Vou então viver sofrendo
Todo dia vou me mordendo
Por causa dessa infeliz.



Galdêncio Neto

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Nasce poeta
(Ao meu segundo filho
Luan Vinicius)






No corredor de um hospital
Mulher que grita ao parir
Temendo não resistir
A uma dor não profana
Rolando em cima da cama
Quase toda a madrugada
Esperando uma parada
Uma paz no coração
Um pouco de solidão
Muda o rumor de uma vida
Sarando tanta ferida
A pouco tempo criada
No meio de uma jornada
Acaba com tua dor
Acha paz e o amor
Gloria a Deus e é Maria
Mas uma mulher que dá cria
De forma tão indiscreta
Vem ao mundo,nasce poeta
Vem de contra o sofrimento
Choro,fadiga e lamento
Muda a fome e a tristeza
O que a natureza cria
Muda até o pensamento
Transformando em poesia.



Galdêncio Neto

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Oração de poeta

Oração de poeta



Poeta como eu...
Que eu encontre em todo canto
Deus me cubra com seu manto
Não me faça diferente,
Grande, sábio, onipotente
Na arte da poesia;
Que eu escreva todo dia
E que toque todo o mundo
Faz crescer o veio fecundo
Que carrego aqui comigo,
Faz do verso um amigo
Para todos, eu unir
E eu nunca desistir
De tudo o que acredito
Que o verso é bonito
E com tudo ele pode,
Não há ser que não se molde
Transformando em alegria
Resplandecem em poesia
E o peito em verso explode


Galdêncio Neto

sábado, 4 de dezembro de 2010

Sertânia; deve a ninguém
Quando a matéria poesia




É arte se comparar
Os talentos sabedores
Todos já são vencedores
Na arte de improvisar
Tudo consegue mostrar
Como o profeta fazia
Minha arma é fantasia
Pra desarmar um alguém
Sertânia; deve a ninguém
Quando a matéria poesia



Princesa tu és eleita
Pelos reis destes cordéis
Teus poetas e menestréis
A tua fama respeita
Tua cultura é perfeita
A historia é primazia
Tu quem és na burguesia
A que todos só faz bem
Sertânia; deve a ninguém
Quando a matéria poesia



Nem é São José do Egito
Tampouco Itapetim
Palmares ou Angelim
Na arte do verso escrito
Sertânia é quem faz bonito
Pois em sua hospedaria
Teve pinto em cantoria
Ele vale mais que cem
Sertânia; deve a ninguém
Quando a matéria poesia



Tu és de poema um mar
Tendo Waldemar Cordeiro
Com Luiz Carlos Monteiro
Ulisses Lins e Walmar
Moxotó a desaguar
Wilson Freire em sinfonia
Nas pedras fazem orgia
Águas que vão bem alem
Sertânia; deve a ninguém
Quando a matéria poesia

Na disciplina da rima
Ou até no livre verso
No ritmo do universo
Aqui se faz obra prima
A inspiração genuína
Que nasce na harmonia
Embebeda de alegria
Até turista também
Sertânia; deve a ninguém
Quando a matéria poesia



Galdêncio Neto/Josessandro Andrade

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

O poeta Flavio Magalhães fazendo uma homenagem
ao grande poeta "ZETO" deu-me o mote para que
fizesse alguns versos e participasse desta homenagem.


Abrirei as cancelas desta vida
Procurando o andarilho da saudade.



Vasculhei trocadilhos da memória
E encontrei o esquecido da lembrança.
Tal qual fogo acendi minha esperança
Nos batentes de pau de minha estória.
Lucidez da loucura é a vitória
Desse louco que, por necessidade,
Transmudou-se e virou eternidade,
Sem sarar, como sabe, essa ferida.
Abrirei as cancelas desta vida
Procurando o andarilho da saudade.


Galdêncio Neto

terça-feira, 30 de novembro de 2010

A cidade trocando as suas vestes
E o seu povo mudando o guarda roupa



Maviael Melo

Muitas vezes o verbo enfim se cala
Com vergonha de tanta crueldade
Ver um povo sem ter felicidade
Numa selva tão fria em larga escala
Um inocente descansa em sua sala
E a gana do jogo não se poupa
De migalhas promessas e garoupas
Perdem a paz pelo luto que vos destes
A cidade trocando as suas vestes
E o seu povo mudando o guarda roupa




Galdêncio Neto

Batalhar torna a vida uma inconstante.
O cenário transmuda-se outra vez.
O mistério não sei quem foi que fez
Da mortalha que muda a todo instante.
Vê na paz o seu sonho mais distante,
Extraindo da vida toda a poupa.
Os seus sonhos mudados em estopa,
Suas almas usadas como testes...
A cidade trocando as suas vestes
E o seu povo mudando o guarda roupa.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

ATRAVÉS DE UM E-MAIL QUE RECEBI DO POETA DEDÉ MONTEIRO,
VI O ENDEREÇO DO POETA PAULO MATRICÓ E FIZ CONTATO,
DIZENDO QUE O ADMIRAVA MUITO COMO POETA E QUE
SEU TRABALHO TAMBÉM ME INSPIRAVA MUITO E ME
AJUDAVA A FAZER OS MEUS RABISCOS E TIVEMOS UM
DIALOGO VIRTUAL:


Paulo Matricó

RABISQUE MEU POETINHA
FORTALEÇA A ESPERANÇA
CAVE A TERRA DA POESIA
PLANTE NO CHÃO DA LEMBRANÇA
QUE EU MESMO AINDA RECORDO
DOS MEUS RISCOS DE CRIANÇA


Galdêncio Neto

NOS TEMPOS DE CRIANÇA
AINDA NÃO ESCREVIA
TALVEZ FOSSE POR QUÊ
VOCÊ EU NÃO CONHECIA
DEPOIS DE CONHECER
EU ESCREVO TODO DIA.


Paulo Matricó

MESMO QUE NÃO ESCREVESSE
CERTAMENTE RABISCAVA
PEGAVA PAPEL E LAPIS
ALGUNS TRAÇOS DESENHAVA
E SE O PAPEL NÃO TINHA
COM UM TACO DE VARINHA
NO CHÃO MESMO JÁ RISCAVA

Galdêncio Neto

RISCAVA TENHO CERTEZA
NO PAPEL E PELO CHÃO
NÃO LEMBRO SE COM VARINHA
OU SE ERA COM MINHA MÃO
ME LEMBRAR ME FAZ FELIZ
POIS O RABISCO QUE FIZ
FOI FEITO COM CORAÇÃO.

domingo, 28 de novembro de 2010

O tempo

O tempo por mim passou
Sem demonstrar nenhum zelo:
Pintou todo o meu cabelo,
Mas meu gosto ignorou.
Nem sequer me perguntou
Qual era a cor que eu queria,
Sabendo que eu lhe diria
Que o branco não cai tão bem,
Não satisfaz a ninguém
E empobrece a boemia.


Galdêncio Neto

A morada de Deus é tão distante
Que é preciso morrer pra chegar nela


Maviael Melo

È preciso bem mais que autonomia
Pra colher o sereno da manhã
A saudade que queima é guardiã
Das palavras que formam a poesia
É preciso bem mais que a Utopia
Pra que o homem encontre a janela
Pra que a paz pinte a nova aquarela
E a vontade por Deus seja constante
A morada de Deus não é tão distante
E nem precisa morrer pra chegar nela.

Galdêncio Neto

Aprendi que são dois os meus caminhos.
Para segui-los a pé, ninguém conhece.
Quem pôs flores no espinho, desconhece
Os mistérios que vem por essa estrada.
O final é o começo da jornada
Pra mansão do Senhor, que é a mais bela.
Ninguém vai desvendar, numa aquarela,
O mistério da vida num instante.
Da morada de Deus que é tão distante
Que é preciso morrer pra chegar nela.


Maviael Melo/ Galdêncio Neto

A boca que mais beijei

Pedi-lhe seu telefone
Mas ela me ignorou
Fingiu que nem escutou
Um apelo deste "Home"
Tal angustia me consome
Por pensar na covardia
Se fosse o meu lhe daria
Como muito já lhe dei
A boca que mais beijei
Hoje me nega um bom dia.

Galdêncio Neto

O que é amor?



Quer saber o que é amor
Faça do jeito que eu fiz
levante na madrugada
Faça uma prece que diz
Se for pra viver sem ela
Prefiro morrer feliz.

Galdêncio Neto