Radio Cultura Nordestina

terça-feira, 30 de novembro de 2010

A cidade trocando as suas vestes
E o seu povo mudando o guarda roupa



Maviael Melo

Muitas vezes o verbo enfim se cala
Com vergonha de tanta crueldade
Ver um povo sem ter felicidade
Numa selva tão fria em larga escala
Um inocente descansa em sua sala
E a gana do jogo não se poupa
De migalhas promessas e garoupas
Perdem a paz pelo luto que vos destes
A cidade trocando as suas vestes
E o seu povo mudando o guarda roupa




Galdêncio Neto

Batalhar torna a vida uma inconstante.
O cenário transmuda-se outra vez.
O mistério não sei quem foi que fez
Da mortalha que muda a todo instante.
Vê na paz o seu sonho mais distante,
Extraindo da vida toda a poupa.
Os seus sonhos mudados em estopa,
Suas almas usadas como testes...
A cidade trocando as suas vestes
E o seu povo mudando o guarda roupa.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

ATRAVÉS DE UM E-MAIL QUE RECEBI DO POETA DEDÉ MONTEIRO,
VI O ENDEREÇO DO POETA PAULO MATRICÓ E FIZ CONTATO,
DIZENDO QUE O ADMIRAVA MUITO COMO POETA E QUE
SEU TRABALHO TAMBÉM ME INSPIRAVA MUITO E ME
AJUDAVA A FAZER OS MEUS RABISCOS E TIVEMOS UM
DIALOGO VIRTUAL:


Paulo Matricó

RABISQUE MEU POETINHA
FORTALEÇA A ESPERANÇA
CAVE A TERRA DA POESIA
PLANTE NO CHÃO DA LEMBRANÇA
QUE EU MESMO AINDA RECORDO
DOS MEUS RISCOS DE CRIANÇA


Galdêncio Neto

NOS TEMPOS DE CRIANÇA
AINDA NÃO ESCREVIA
TALVEZ FOSSE POR QUÊ
VOCÊ EU NÃO CONHECIA
DEPOIS DE CONHECER
EU ESCREVO TODO DIA.


Paulo Matricó

MESMO QUE NÃO ESCREVESSE
CERTAMENTE RABISCAVA
PEGAVA PAPEL E LAPIS
ALGUNS TRAÇOS DESENHAVA
E SE O PAPEL NÃO TINHA
COM UM TACO DE VARINHA
NO CHÃO MESMO JÁ RISCAVA

Galdêncio Neto

RISCAVA TENHO CERTEZA
NO PAPEL E PELO CHÃO
NÃO LEMBRO SE COM VARINHA
OU SE ERA COM MINHA MÃO
ME LEMBRAR ME FAZ FELIZ
POIS O RABISCO QUE FIZ
FOI FEITO COM CORAÇÃO.

domingo, 28 de novembro de 2010

O tempo

O tempo por mim passou
Sem demonstrar nenhum zelo:
Pintou todo o meu cabelo,
Mas meu gosto ignorou.
Nem sequer me perguntou
Qual era a cor que eu queria,
Sabendo que eu lhe diria
Que o branco não cai tão bem,
Não satisfaz a ninguém
E empobrece a boemia.


Galdêncio Neto

A morada de Deus é tão distante
Que é preciso morrer pra chegar nela


Maviael Melo

È preciso bem mais que autonomia
Pra colher o sereno da manhã
A saudade que queima é guardiã
Das palavras que formam a poesia
É preciso bem mais que a Utopia
Pra que o homem encontre a janela
Pra que a paz pinte a nova aquarela
E a vontade por Deus seja constante
A morada de Deus não é tão distante
E nem precisa morrer pra chegar nela.

Galdêncio Neto

Aprendi que são dois os meus caminhos.
Para segui-los a pé, ninguém conhece.
Quem pôs flores no espinho, desconhece
Os mistérios que vem por essa estrada.
O final é o começo da jornada
Pra mansão do Senhor, que é a mais bela.
Ninguém vai desvendar, numa aquarela,
O mistério da vida num instante.
Da morada de Deus que é tão distante
Que é preciso morrer pra chegar nela.


Maviael Melo/ Galdêncio Neto

A boca que mais beijei

Pedi-lhe seu telefone
Mas ela me ignorou
Fingiu que nem escutou
Um apelo deste "Home"
Tal angustia me consome
Por pensar na covardia
Se fosse o meu lhe daria
Como muito já lhe dei
A boca que mais beijei
Hoje me nega um bom dia.

Galdêncio Neto

O que é amor?



Quer saber o que é amor
Faça do jeito que eu fiz
levante na madrugada
Faça uma prece que diz
Se for pra viver sem ela
Prefiro morrer feliz.

Galdêncio Neto