Radio Cultura Nordestina

sábado, 21 de julho de 2012



 Soneto para vida


Cada ruga que trago no meu rosto
São parcelas já pagas desta vida;
Toda marca que fiz foi bem vivida,
Sem faltar um minuto deste imposto. 


Eu provei do sabor e do desgosto,
E restou-me chorar na despedida.
De prazeres também foi dividida,
Com valores, meu sonho foi composto. 


Minha meta começa a se cumprir,
Com carinhos, afagos e tormentos.
Hei de ser cada todo a se partir 



Entre choros, partidas e lamentos,
Na incumbência que estou pra descobrir
Que o irreal é real nesses momentos.


Galdêncio Neto.

quinta-feira, 5 de julho de 2012


Soneto pra poesia


Dos primeiros traguinhos não me esqueço,
Minha vida, por ela é injetada;
Com seu cheiro inalado eu desconheço
Um prazer que supere o da danada;
 

Quando lúcido, tomo e enlouqueço;
Quando louco, se paro, eu sou um nada.
Entre lúcido e louco, eu amanheço
Traficando e ingerindo essa malvada.


Meu cigarro traz paz em demasia,
Não se rima ou se compra em todo canto;
São sonetos que um velho pai fazia. 


Viciei-me, por isso bebo tanto...
Essa droga que eu uso é poesia,
Que alucina encantando o desencanto.

Galdêncio Neto


Cada noite que passa é mais um dia,

Que o sentir sente a dor do sentimento;

O oculto se apresenta no momento,

Que a tristeza transforma a alegria;

O real cede espaço a fantasia,

À distância a pior da sensação;

A saudade vira nota e canção,

Toca musica e meu peito não aguenta;

Cada choro que vejo representa,

Um retrato que vem do coração.



           Galdêncio Neto.